Existem diversas marcas de venda direta por todo o mundo e Portugal não é exceção, por exemplo, na área dos cosméticos temos com grande expressão a Yves Rocher, a Oriflame e a Avon. Muitas pessoas acabam por aderir e se tornar revedoras, na esperança de conseguir um dinheiro extra. Alguns meses depois apercebem-se de que os seus ganhos são bastante reduzidos, por as mais variadas razões, e terminam este percurso. Este artigo analisa alguns dos fatores que nos impedem de obter a rendibilidade esperada e como contornar isso.
O que é a venda direta e como funciona?
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Quando uma empresa vende os seus produtos diretamente aos consumidores considera-se venda direta, neste processo podem recorrer a revendedores independentes que farão o intermédio entre a empresa e o consumidor final. O revendedor, por vezes também chamado de consultor ou distribuidor, recebe uma comissão em função do seu volume de vendas, por norma varia entre 20 e 30%. Podendo ainda usufruir, caso haja, de um sistema de incentivos adicional, que poderá incluir descontos especiais, produtos, viagens e dinheiro.
De forma simples, existem dois esquemas de remuneração para a venda direta: o mononível e o multinível. No mononível, cada revendedor apenas é remunerado de acordo com o seu esforço individual, ganha pelo que vende. Exemplos deste esquema são a Natura, a Tupperware, entre outras.
No multinível, além de ganhar dinheiro em função das suas vendas, tem a opção de construir uma equipa e assim ganhar também através de uma renda residual, isto é, ganha uma pequena percentagem sobre as vendas da equipa. Analisemos um exemplo,
Sendo,
o desconto comercial: 25%
a renda residual: 4%
a equipa formada por ti e mais 20 elementos, os quais em média fazem 100€ de vendas cada um.
Ganhas em rendas residuais = 20 elementos * 100€ * 4% = 80€
Ganhas com as tuas vendas de 100€ = 100€ * 25% = 25€
No total, consegues 105€.
Como disse, tanto a renda residual, como o desconto comercial variam de empresa para empresa e podem mesmo variar dentro da mesma empresa, dependendo do montante das vendas. Se estás interessada em revenda direta multinível, tem em atenção que a rotatividade é muito alta, isto é, muitos dos revendedores que conseguires captar irão desistir.
O que ter em conta no momento da escolha?
Primeiro, este género de negócio não é adequado a todas as pessoas, exige muita interação com os clientes e empenho. Antes de escolher aderir deve-te procurar informar o melhor possível sobre os produtos, o plano de compensação, a concorrência que irás ter - não me refiro apenas às marcas concorrentes, mas também, na quantidade de pessoas que já revende a mesma marca - e também outras características da empresa como garantias, devoluções, encomendas mínimas obrigatórias, número de campanhas por ano, se os produtos são de elevado ou baixo consumo, valor médio das encomendas na tua área (cuidado, a marca pode fornecer alguns dados desajustados), etc...
Deves ainda ter em atenção que com campanhas muito frequentes, os clientes não irão encomendar em todas as campanhas, pelo que a tua lista de contactos tem de ser maior. E que há pessoas que são revendedoras para consumo próprio. Não esperes grandes retornos deste género de negócio a não ser que te dediques seriamente e sejas inovador.
Alguns aspetos positivos é que tens flexibilidade de horários e que as qualificações escolares não são um requisito.
Já foste ou és revendedor? Qual é a tua experiência? Positiva?
Que táticas usas para te manteres motivado e com uma boa lista de contactos?
Cláudia.